quarta-feira, 31 de julho de 2013

Tudo muda o tempo todo...

Peguei-me rindo de mim mesma nesse momento.  Como pode as coisas mudar tanto?
Eu sempre levantei a bandeira de que odeio ganhar coisas pra casa, presente tem que ser pra mim, e realmente ainda penso assim. Mas hoje estou tão feliz porque comprei um fogão novo (só que não)! Ele é novo na minha casa, mas é de segunda mão. Porém o forno funciona, o meu não funcionava!
Uhuuu, sim, feliz, feliz. Nunca pensei que isso me animaria tanto, mas pra quem cozinha diariamente sabe que a vida na cozinha fica restrita sem forno...
Como também sou uma mamãe consciente raramente faço frituras mais aqui em casa, nossa alimentação mudou muito após a chegada da Valentine. Tão logo, ainda mais um forno faz falta... O forno também faz falta pra lasanha entre amigos, e um bom arroz de forno...  Já sinto o gosto das delicias que vem por aí!
No tema tudo muda o tempo todo, estou muito feliz com nossas mudanças. Entrei num grupo de alimentação consciente e estou muito satisfeita. Existe um milhão de coisas que não sigo, mas existe outro milhão que sigo. Comida mais leve, mais saudável, própria pra criança e pra adultos.
Na minha casa nunca entrou salgadinhos, bolachinhas recheadas, toddy, ou qualquer porcaria que a indústria insiste em dizer que é próprio pra criança, mas que não serve pra ninguém. Mas aos poucos eu via poucas opções de variações no cardápio da minha filha.
Hoje com o grupo e com o blog da Thais (VEJA AQUI), faço muitas delícias. Tirei inclusive da minha casa os iogurtes industrializados e os inhos... Faço natural e minha filha come com muito mais gosto e nós (papais) também.
Dá trabalho? Claro que dá, eu não jogo os produtos do mercado no cesto e coloco na dispensa. Eu leio cada rótulo, vejo o que menos contém sódio, conservantes, açúcares e chego em casa e faço tudo manualmente. Mas quem disse que se alimentar bem e ter uma filha são coisas fáceis? Bom, não é mesmo, mas eu escolhi essa vida e não me arrependo.
Resultado disso tudo? Vida mais saudável e 2 kg a menos na mamãe aqui... Como é bom estar sempre aprendendo! 
Como sempre digo, os filhos vem mais para ensinar do que para aprender...
Partiu fazer uma receitinha!

Fica aqui um belo documentário a ser assistido pelas famílias...




sexta-feira, 26 de julho de 2013

Dia dos avós

Sério mesmo que existe um dia só para os avós? Isso começou quando e por quê? Eu sinceramente não me lembro de ter feito um bilhetinho para meus avós na escola... Nunquinha... Deve ser mais uma data comercial.
Mas enfim, isso me fez pensar em meus queridos avós. Hoje sou órfã de avós, mas tive muitas lindas experiências com meus queridos.
Meu avô por parte de pai não conheci, nem minha mãe conheceu seu sogro... Minha avó por parte de pai era uma senhora pequena de cabelos cumpridos e branquinhos feito algodão. Lembro-me muito bem dela, pois, nos deixou fisicamente há pouco tempo. Lembro-me do pau de rosca de polvilho em cima do fogão a lenha, e daquele cheirinho de café fresquinho (eu nem gosto de café, mas o cheiro me leva a lembranças incríveis). As comemorações de ano novo eram em sua casa, uma modesta casa cheia de tios, primos e amigos. Rolava amigo secreto e tudo era muito divertido...
Meus avós por parte de mãe foram quase que pais para mim. Infelizmente minha avó faleceu quando havia completado 3 anos, mas ainda tenho alguns registros dela em mim. Moramos com ela e minha mãe conta que eu adorava fazer cavalinho em sua perna. Que ela me mimava e me cuidava como ninguém...
Meu avô também se foi há 3 anos atrás então esse realmente lembro-me de muita coisa. Depois que a vó faleceu moramos um pouco com ele, eu o acompanhava na praia, na missa e nos passeios. Mais tarde, ainda adolescente, sentava ao seu lado e ouvia suas histórias. Fiz questão de saber como ele conheceu a vó e como foi sua infância. Eu realmente lhe ouvia. E isso me tornava especial aos seus olhos. Éramos de times rivais e poder rir um do outro quando os times perdiam nos tornava ainda mais íntimos e amigos... Quanta saudade. Prometi-lhe que no seu aniversário de 90 anos me casaria e ele e meu pai me levariam ao altar... Não cumpri, casei um ano após seu falecimento, se eu pudesse voltar no tempo...
Contudo, tenho ricas recordações de meus avós, histórias que lembro com requintes de detalhes, histórias que me contam e tento guardar comigo. Ter avós é uma benção.
Hoje vejo minha filha tendo a mesma relação de amor com seus avós e fico muito feliz. Minha pequena vê meus pais praticamente todos os dias e vê-la tão feliz nos braços deles é algo de que me orgulho.
A Valentine tem avós relativamente jovens, então a relação é gostosa e linda. Eles têm saúde pra fazer cavalinho, balancinho e fazer suas vontades todas.
Ela simplesmente ama passar o dia na casa dos avós maternos e paternos, ela não sabe me contar tudo que faz com os avós, mas vimos em seus olhos a alegria e satisfação que é poder ter ao seu lado pessoas que tanto lhe ama e respeita.

Sou infinitamente grata por tanto amor dedicado a ela, e realmente acho que todos os dias deveriam ser dia dos avós. Dos avós presentes que amam e curtem seus netos.

Um beijo no coração de cada avô e avó! 


                                          Meus pais (vovô Elias e vovó Elizete)

                               Pais do Adriano (vovô Orion e vovó Terezinha)


                                                  A Bisa Ozair (avó do Adriano)

                                  Meu avô - in memorian (comigo e minhas primas)

Prece de Mãe

Se eu pudesse fazer um único pedido a Deus, eu pediria que você crescesse beeem devagar. Que seu cheirinho de bebê durasse pra sempre em minhas mãos e que seu sorriso se eternizasse em mim.
Lembro-me quando lhe trouxemos pra casa, tão pequena e tão dependente, eu me perguntava quando você dormiria a noite inteira, quando não precisaria mais lhe embalar até você dormir? Hoje me pergunto por que não curti mais?
Nós mães chegamos esgotadas da maternidade (mãe de UTI nem se fala), queremos sossego e colo. Sim, também queremos colo. De repente nos vimos com um pequeno serzinho nos braços e uma responsabilidade única e assustadora.  Daí tudo que queremos é saber que o choro da noite vai passar, que as cólicas vão passar, que o soluço, o refluxo e tudo mais vai passar...  Mas passa tão rápido que quando nos damos conta dá medo.
Como assim 1 aninho? Como assim “tau tau mamãe!” e quer ficar dormindo na vovó? Como assim sai correndo, faz birra, e só quer o que quer?  É exatamente assim mesmo...
Nos primeiros meses a gente se sente cansada, esgotada e como se estivesse numa eterna prova, tendo que ser a supermãe. Daí depois a gente relaxa, não liga pros pitacos, segue o extinto, e solta à clássica, eu sei o que é melhor pra minha filha.
Depois de realmente relaxar a gente passa a curtir, e hoje me pego olhando pra aquela menininha linda e só desejo que o tempo não corra, se arraste. De uma forma tão contraditória desejo que o tempo voe para algo que desejo resolver, pra aquele tão sonhado projeto profissional aconteça, mas quando olho pra minha pequena só quero que o tempo espere. Espere pra eu lhe fazer rir o máximo de vezes que eu conseguir, espere pra que a gente seja feliz um pouco mais, que o tempo espere pra que eu veja mais um bichinho feito por ela, ou o beijo, ou o auau tão fofo, tão desajeitado...
Até ontem queria não precisar lhe embalar pra dormir, hoje me sinto orgulhosa quando ela me pede um colo e se aconchega junto de mim. Desejei que ela dormisse a noite toda, hoje quando raras às vezes acorda cedo eu fico curtindo ainda mais o nosso chamego.

Na verdade hoje me dou conta que não posso controlar o tempo, nem tão pouco pedir que ele passe conforme meu desejo, ora mais lento, ora mais rápido. Hoje só peço serenidade pra curtir cada fase de forma única. Pra que eu possa ver uma criança crescendo linda e saudável.





segunda-feira, 15 de julho de 2013

Mãe imaginária x Mãe real

Que mulher nunca se pegou pensando em que tipo de mãe seria? Mesmo as que não desejam serem mães, em algum momento da vida já pensaram um pouquinho sobre isso. Nem que seja lá na adolescência, no alto da rebeldia quando se trancava no quarto com raiva porque a mãe não deixou ir à festa e logo pensa: “quando eu for mãe, vou ser muito diferente”...
Pois bem, eu sempre quis ser mãe, e a vida foi-me “mostrando” que tipo de mãe eu iria ser (risos, muito risos). Primeiro eu sou uma pessoa de personalidade super difícil, então tinha certeza que seria uma mãe brava (até sou, mas não muito). Depois, quando entrei pra psicologia vi tanta coisa que acreditei como verdades absolutas que hoje tenho pena de mim.
Eu acreditava que amamentar por mais de 6 meses era desnecessário, que bebê devia dormir em seu quarto desde sempre, inclusive sempre brinco com uma amiga, se eu pagar a minha língua minha filha dormirá no meu quarto até casar, ahahaha
Acreditava que criança tinha que ir pra escolinha cedo pra acostumar, pra se socializar e que chorar não fazia mal a ninguém... Como eu mudei! A única coisa que não mudou no meu pensamento foi o critério que JAMAIS uma criança merece apanhar, no mais tudo mudou.
Quando engravidei passei a ler blogs e matérias todas quantas fossem possíveis sobre maternidade, sono do bebê, alimentação, educação e tudo mais. Engraçado que quando aquele pequeno ser “cai” no seu colo automaticamente o botão “DELETE” é ativado. O instinto maternal aflora e coisas da tua infância reaparecem.
Algumas coisas a gente não quer repetir com os nossos filhos, outras não queremos deixar de fazer. Eu nasci de parto normal, queria também poder parir normalmente, mas a natureza não permitiu. Simplesmente ela teve que vir antes, não porque ela quis, mas porque corria riscos e bater o pé e esperar a hora “certa” era tolice. Abandonei meu primeiro propósito para seu bem. Ela veio linda e saudável, porém, miúda. Quinze dias de UTI recebendo o meu leite mais complemento para engordar logo e vir embora. Eu ia contestar o Leite Artificial? Ah, as mães de UTI é quem sabem. Eu queria mesmo era levar ela embora comigo, se o médico dissesse pra dar Mac Donald eu daria sem culpa (ok exagerei). Mas fiquei os primeiros 15 dias sem dormir com minha filha...
Quando ela veio pra casa passei a dar o leite materno com muito carinho, mas parecia não ser o suficiente, eu acreditei que não era. Ela já veio “meio” adestradinha da UTI, só acordava de 3h/3h mesmo eu acreditando na livre demanda.
Com 4 meses uma bronquiolite e uma possível internação que eu enlouqueci e o médico cedeu e não internou. Meu marido e eu fazíamos bombinha a cada meia hora, e ela não tinha forças pra sugar no peito, lá veio a mamadeira e ela não foi mais embora. Não quis mais saber do peito e eu também não fui a pessoa mais persuasiva nesse ponto (arrependimento)!
Com tudo ela passou a dormir a noite toda, a coloquei em seu quarto e me orgulhava que ela até dormia sozinha, sem embalos. Até os 3 meses muito embalamos. Os dias foram passando e tudo estava dentro do meu primeiro planejamento de ser mãe.
Nos mudamos, a casa em que fomos morar só tinha um quarto, arrumei o espaço dela, berço cômoda e brinquedos. Mas já não dormia mais na cama dela, dormia comigo até o papai vir pra cama e depois ele colocava no berço. Quando o papai tava com preguiça ou queria “um cheirinho” ele deixava ela ali conosco.
Nos mudamos novamente, tudo igual e nos mudamos mais uma vez. Agora estamos num apartamento que tem 2 quartos, mas como infelizmente, também é provisório nem a adaptei em seu quarto. Caminha no nosso quarto e a mesma rotina, dorme comigo e depois vai pra cama dela ou não vai, papai quem decide... hehehe
Quanto à escola relutei o que deu pra colocá-la, e só a pus por necessidade, pois, se pudesse ficaria com ela em casa por mais tempo. Como não trabalho pela manhã, ficamos juntas, brincamos, lemos e “preparamos” o almoço, sempre é muito prazeroso esse nosso tempo.
Vi que aquele modelo de mãe meio soldado do exercito falido não cabia em mim. Que eu quero que minha filha ganhe muito colo, muito beijo, muito amor. Que eu quero passar o maior tempo possível com ela e tornando nossos momentos felizes.
No meio disso tudo li muito sobre a criação com apego e método Montessori, que são assuntos pra outros dois posts. Mas o que posso dizer é que hoje eu faço a meia culpa de quanto fui ridícula em julgar, em achar que em todo lugar é igual, que tem receita de bolo pra criar uma criança.
Eu lembro quando confessei pra duas colegas de profissão (psicólogas) que minha filha havia dormido em nossa cama com 2 meses, como se fosse um crime. Hoje eu rio de mim mesma, Freud teria vergonha da mãe/psicóloga que sou.
A minha filha dorme a noite toda, come muito bem, é esperta e brinca sem parar. Privilegio uma vida repleta de boas sensações e muito amor. E isso me basta...





E você como é ou acha que será? 

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Como não amar?


Quem conhece meu esposo e eu, sabe, que desde sempre somos envolvidos em grupo de jovens. Nos conhecemos desde os meus 11 anos de idade e frequentamos os grupos juntos. Por muito tempo fomos só amigos, tivemos idas e vindas e sei que nosso laço de amor e amizade se fortalecia a cada encontro de jovens que participávamos juntos.
Começamos frequentando o grupo da nossa comunidade em que nossas mães eram as tias responsáveis, e hoje, nós somos tios de um grupo, louco isso não?
Foram muitas viagens apresentando teatros, ele cantando eu encenando, eu me encantando, ele se apaixonando. E fomos crescendo, nos distanciávamos e os grupos da vida nos reaproximavam. Eu tinha certeza que só casaria com uma pessoa que me apoiasse na minha caminhada, ele já caminhava ao meu lado e eu nem desconfiava.
Com o tempo nos percebemos apaixonados um pelo outro. Então começamos a namorar, continuávamos nos retiros que tanto nos faziam bem. Casamos e 1 mês antes do casamento fomos convidados para sermos tios do Onda (Objetivo Novo do Apostolado). Os outros 3 casais de tios, nossos amigos nos pegaram de surpresa. O Adriano já tocava no retiro e aceitamos facilmente.
De lá pra cá, nossa vida é intensa. Muitas reuniões, uma enorme responsabilidade por termos tantos “sobrinhos” que são quase filhos.
No meio disso tudo veio a nossa filha, nossa princesa, nosso tudo. Quando soube que estava grávida pensamos em abrir mão do grupo, pois, teríamos muita responsabilidade, não conseguimos. Por razões pessoais já pensamos em nos afastar várias vezes, uma delas foi quarta-feira antes do retiro, conversamos seriamente e deixamos acertado que passado o retiro, entregaríamos nosso cargo,pois, estamos muito envolvidos em projetos pessoais e tememos não poder nos dedicar por inteiro, mas como fazer isso? (o Adriano vai me matar...)
Como abandonar tanto amor recebido? Como devolver tanto carinho, tanta confiança? Não posso negar os abraços, nem tão pouco fingir que tudo isso não mudou a minha vida.
Quero que minha filha seja envolvida nesse amor sempre, quero poder passar por essa Terra e ter a certeza de que não foi em vão. E o melhor que eu tenho pra oferecer é meu pronto sorriso, minha alegria, meu carinho e minha dedicação.
Trabalhar com jovens é ter a alma juvenil sempre, é poder ser mãe e amiga, falar dos nossos medos sem o julgamento dos adultos é saber ser livre. Ao mesmo tempo é poder auxiliar esses mesmos jovens na sua caminhada, mostrar pra eles um pouquinho do quão grande e forte eles são, e provocar a inquietude da descoberta de si, afinal, quem EU sou?
Na minha caminhada fiz verdadeiros amigos independente da idade, na minha caminhada formei minha família. E não tem como não pensar no “Pequeno Príncipe”: tu te tornas eternamente responsável por quem cativas!



16° ONDA - 2013. Inesquecível!