domingo, 17 de novembro de 2013

Hoje é o dia da PREMATURIDADE, sim ele existe.


Tem coisas que só mães e pais prematuros conhecem:

*Não tem a mínima noção do que é uma UTI neo até então, e tem medo do que os esperam,

*Aquele ritual:

entra na UTI, coloca sapatinho no pé,

*Higieniza até os cotovelos,

*Coloca avental,

*Morre de medo do oxímetro,

*Tem em seus braços um pouquinho de gente muito menor que o normal,

*Faz amizade com os técnicos de enfermagem,

*Troca experiências, telefone, email, face com outros pais,

*Chora a cada dia que precisa ir embora sem a sua cria (dói muito),

*Comemora 10g que o bebê engordou,

*Quase morre do coração quando não ganha nenhuma graminha, ou perde,

*Conta os dias, horas, minutos pra ir embora,

*Sai do hospital entre lágrimas, sorrisos e abraços com a equipe e demais pais,

*Passa a rezar por cada pai e mãe que lá estão angustiados,

*Passa uma semana em casa ouvindo o barulhinho do oxímetro,

*Em casa descobre que as pessoas têm medo daquele serzinho tão pequeno,

*Os pais se agigantam e mostram tudo que aprenderam,

*A vida segue!

Obrigada Deus pela meu pequeno milagre que tenho em casa, e força aos pais que todos os dias vivem essa realidade da prematuridade!



                                               1 ano e 8 meses de muita felicidade!

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Terrible Two - amor além das travessuras.


Como já falei em outro post, crio minha filhota com base na Criação com apego e na Educação Positiva. Criar com apego é estar em conexão com sua criança, é primeiramente entender suas necessidades e poder na medida do possível, satisfaze-las ou ainda, mostrar-lhe porque não a satisfazes.
Educar uma criança exige investimento de amor e muita paciência. Quando digo amor é muitíssimo amor, e quando digo muita paciência, é muita mesmo. Não porque a criança exige demais, mas porque somos doutrinados a educarmos nossos filhos de uma forma desrespeitosa e autoritária e quem se propõe a fazer diferente precisa estar sempre em conexão primeiramente consigo e depois com a criança.
Eu escolhi não bater, não castigar e não cometer tortura psicológica com minha filha. Por essa razão é preciso muito carinho e conhecer as fases de uma criança. Porque se não as conhecemos minimamente acreditamos no que nos dizem. Que criança faz birra, que criança faz as coisas pensando em incomodar os pais, e acredite, se você acha que a criança faz algo pra te irritar, o egocêntrico e imaturo é você e não a criança.
Criança quer explorar o universo, quer correr, quer ver se dá pra riscar com o lápis na parede, quer ver se subir na cadeira é legal... Se o gosto da espuma é gostoso. Cabe a nós pais antever alguns riscos e relaxar com o que é possível.
Você já ouviu falar em Terrible Two? Aqui em casa esse fenômeno está começando a dar seus ares. Terrible Two é a adolescência do bebê, ocorre por volta dos 19 meses e se estende até próximo os 3 anos.
É quando o bebê começa a se descobrir diferente dos pais e se perceber enquanto sujeito. Portanto, é nessa fase que todas as suas vontades começam a aparecer. E, de repente tu te perguntas onde foi parar aquele amor de criança que eu tinha? Roubaram ela e deixaram esse “monstrinho”... Ahaha...
Aqui esse fenômeno não está tão forte ainda, mas as palavras “não” e “meu” ganharam força nesse último mês.
-Filha, vamos comer?
-Não (já abrindo a boca).
-Me dá aqui esse telefone, pode cair e estragar.
-Não, é meeeeeu!
Eu confesso que na maioria das vezes acho bem engraçado, mas é preciso também marcar essa fase com respeito e limites.
Não quero e não admito que minha filha faça as coisas somente porque “EU” quero, é preciso fazer sentido para ambas. Então se quero que ela pare de subir em algo que lhe traga perigo explico isso pra ela, e explico quantas vezes forem necessárias. Explico e a tiro do local. Como disse não castigo minha filha, mas ela sabe que suas escolhas têm consequências. Se ela faz sujeira, ajudo a limpar, mas faço desse momento aprendizado, que ela também participe limpando. Se ela briga, fica brava, sento ao seu lado, primeiramente sem tocá-la (tenho pra mim que quando estamos furiosos, sermos contidos fisicamente só nos deixa com mais raiva) e vou traduzindo seus sentimentos, do tipo: eu sei que vocês está brava porque você queria fazer X coisa, mas eu não posso lhe deixar, pois, é perigoso demais, eu te amo e não quero que te machuques. Depois chamo atenção pra outra coisa e mais tarde um longo abraço sela esse momento.
Assim, estamos levando o início no nosso terrible two. Sem gritos, sem palmadas, mas com muitas palavras e ações de afeto.   Nem sempre é fácil, a rotina, o tempo, o cansaço, muitas vezes nos consome, mas precisamos discernir o que é nosso e o que é da criança. Não podemos penalizá-las pelo nosso cansaço, pela nossa falta de tempo.
E, para aqueles que leem descrente que isso é possível, eu lhes digo que é sim, que não bater não significa permissividade, e nem é sinônimo de criança levada. Ao contrário, eu tenho uma apegadinha muito querida, cheia de carinho e de afeto.

                                                                     *imagem retirada da internet


Para maiores informações sobre Criação com Apego, indico o blog do Thiago, Paizinho, uma vírgula!.
Para Educação Positiva, indico a página no face Bater em Criança é Covardia.