Como já falei
em outro post, crio minha filhota com base na Criação com apego e na Educação
Positiva. Criar com apego é estar em conexão com sua criança, é primeiramente
entender suas necessidades e poder na medida do possível, satisfaze-las ou
ainda, mostrar-lhe porque não a satisfazes.
Educar uma
criança exige investimento de amor e muita paciência. Quando digo amor é
muitíssimo amor, e quando digo muita paciência, é muita mesmo. Não porque a
criança exige demais, mas porque somos doutrinados a educarmos nossos filhos de
uma forma desrespeitosa e autoritária e quem se propõe a fazer diferente
precisa estar sempre em conexão primeiramente consigo e depois com a criança.
Eu escolhi não
bater, não castigar e não cometer tortura psicológica com minha filha. Por essa
razão é preciso muito carinho e conhecer as fases de uma criança. Porque se não
as conhecemos minimamente acreditamos no que nos dizem. Que criança faz birra,
que criança faz as coisas pensando em incomodar os pais, e acredite, se você
acha que a criança faz algo pra te irritar, o egocêntrico e imaturo é você e
não a criança.
Criança quer
explorar o universo, quer correr, quer ver se dá pra riscar com o lápis na
parede, quer ver se subir na cadeira é legal... Se o gosto da espuma é gostoso.
Cabe a nós pais antever alguns riscos e relaxar com o que é possível.
Você já ouviu
falar em Terrible Two? Aqui em casa esse fenômeno está começando a dar seus
ares. Terrible Two é a adolescência do bebê, ocorre por volta dos 19 meses e se
estende até próximo os 3 anos.
É quando o
bebê começa a se descobrir diferente dos pais e se perceber enquanto sujeito.
Portanto, é nessa fase que todas as suas vontades começam a aparecer. E, de
repente tu te perguntas onde foi parar aquele amor de criança que eu tinha? Roubaram
ela e deixaram esse “monstrinho”... Ahaha...
Aqui esse fenômeno
não está tão forte ainda, mas as palavras “não” e “meu” ganharam força nesse último
mês.
-Filha, vamos comer?
-Não (já abrindo a boca).
-Me dá aqui esse telefone,
pode cair e estragar.
-Não, é meeeeeu!
Eu confesso que na maioria das vezes acho
bem engraçado, mas é preciso também marcar essa fase com respeito e limites.
Não quero e
não admito que minha filha faça as coisas somente porque “EU” quero, é preciso
fazer sentido para ambas. Então se quero que ela pare de subir em algo que lhe
traga perigo explico isso pra ela, e explico quantas vezes forem necessárias. Explico
e a tiro do local. Como disse não castigo minha filha, mas ela sabe que suas
escolhas têm consequências. Se ela faz sujeira, ajudo a limpar, mas faço desse
momento aprendizado, que ela também participe limpando. Se ela briga, fica
brava, sento ao seu lado, primeiramente sem tocá-la (tenho pra mim que quando
estamos furiosos, sermos contidos fisicamente só nos deixa com mais raiva) e vou traduzindo
seus sentimentos, do tipo: eu sei que vocês está brava porque você queria fazer X coisa, mas eu não posso lhe deixar, pois, é perigoso demais, eu te amo e não
quero que te machuques. Depois chamo atenção pra outra coisa e mais tarde um
longo abraço sela esse momento.
Assim, estamos
levando o início no nosso terrible two. Sem gritos, sem palmadas, mas com
muitas palavras e ações de afeto. Nem sempre é fácil, a rotina, o tempo, o cansaço,
muitas vezes nos consome, mas precisamos discernir o que é nosso e o que é da
criança. Não podemos penalizá-las pelo nosso cansaço, pela nossa falta de
tempo.
E, para aqueles
que leem descrente que isso é possível, eu lhes digo que é sim, que não bater
não significa permissividade, e nem é sinônimo de criança levada. Ao contrário,
eu tenho uma apegadinha muito querida, cheia de carinho e de afeto.
*imagem retirada da internet