quarta-feira, 16 de abril de 2014

Há mil formas de violênccia, a pior delas é a falta de amor!

Essa semana o RS foi chocado com o caso Bernardo o menino que há 10 dias havia desaparecido e agora é encontrado morto e suspeita-se que pai e madrasta tenham cometido o crime.
E, no meio dessa notícia triste começam a surgir testemunhas, fatos, hipótese. O que me deixa mais triste é que esses depoimentos vêm todos falando de um pai ausente, negligente talvez, e de uma madrasta “nada legal”.

Vizinhos que começam a contar que o menino era deixado para o lado de fora da casa até que seu pai chegasse. Pessoas que o conheciam e sabiam que ele era carente e “abandonado” dentro do seu próprio lar.
Não julgo essas pessoas nem a justiça que no seu papel deu uma segunda chance ao pai, mesmo tendo sido procurada pela própria criança. Prova suficiente de que as coisas não estavam boas dentro de sua casa.

E, diante dessa enxurrada de informação fui me dando conta porque isso nos mobiliza tanto, além da morte que por si só já é trágica. Nos mobiliza porque todo mundo conhece um “Bernardo” e pouco é feito por ele. Porque em algum momento esses vizinhos se culparam e devem ter se perguntado por que não acionaram o conselho tutelar e demais órgão responsáveis...

É preciso quebrar o discurso de que “cada pai sabe como criar seus filhos” é preciso ter coragem sim, e se meter auxiliar essa criança. Afinal está lá no Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8.069 de 13 de Julho de 1990, artigo 4 e 5:
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.


Há mil formas de violência, geralmente ficamos chocados com a surra, com a violência corporal. Mas há violência também num olhar e principalmente na falta dele, há violência no descaso e na solidão. Parece mais difícil de percebermos, afinal, a mesma é silenciosa, mas se prestarmos atenção no outro, sempre há sinais notáveis. 

Então, quando um pai, mãe e/ou responsável estiver negligenciando uma criança é nosso DEVER fazermos algo.  Talvez conversar com essa família, que muitas vezes também precisa de ajuda, precisa de um olhar. Não é preciso buscar logo de cara o órgão de proteção, muitas vezes convidar a família a refletir funciona. Mas se é caso de violência extrema ou negligência continuada busque sim auxílio. Isso tudo para que não haja mais Bernardos sendo “mortos” todos os dias por falta de amor.  


Que esse sentimento de impotência não seja mais sentido nem por você, nem por mim, nem por ninguém.

10 anos!

Dez anos de uma história de amor que nem de longe parece um conto de fadas...
Ela é bem real, com personagens reais. Nela teve drama, comédia, suspense e ainda assim é uma história de amor.

Nem todos os dias são bons, nem todos os dias são de risos, mas todos os dias são de certeza. A certeza de que esse sentimento só aumenta e se solidifica.
Há 10 anos somente você e eu acreditamos nessa história;
Há 10 anos somente você e eu sabíamos que era pra sempre;
Há 10 anos nos permitimos recomeçar;
E nesse recomeço iniciamos um ciclo de amor.

São tantos momentos bons que seria impossível descreve-los, são tantos momento em que nos apoiamos, em que nos aconselhamos, em que choramos juntos e que sorrimos juntos também.
Há tanto pra comemorar, há tanto pra sorrir, que o que não deu tão certo como gostaríamos fica fosco no meio das vitórias e alegrias.

Foram mudanças de cidades, de casas, de trabalhos, de faculdades. E nessas mudanças nós fomos mudando também. Fomos nos descobrindo como indivíduos e como casal.
E, há 3 anos nesses mesmo dia novamente reafirmamos nossa história e de lá pra cá tudo foi tão intenso que supera os outros 7 anos. Nosso retorno, nossa pequena... Enfim, tu sabes.

Nesse momento quero poder te agradecer por não desistir de nós em nenhum momento, quero te agradecer por todas as vezes que eu caí e tu estavas ao meu lado pra me erguer. Por todas as vezes que fraquejei e você foi a minha força.

E que venha mais 10, 20, 1000 anos ao seu lado! 




 Com amor!


quarta-feira, 2 de abril de 2014

Dia A de Autismo

Hoje é o dia A!
Dia da Conscientização Mundial do Autismo.
E porque existe esse dia? Porque ainda temos muito que lutar pelas pessoas que são "diferentes", porque simplesmente a sociedade na sua maioria não entende e não respeita suas diferenças.
O Autismo diferentemente de muitas outras síndromes não é de fácil diagnosticação e existe muitas divergências acerca de seus traços. As infinitas variações muitas vezes fazem com que até mesmos profissionais da saúde fiquem na dúvida e não fechem um diagnóstico precoce. Hoje com uma boa equipe multidisciplinar já se consegue um diagnóstico antes mesmo dos dois anos de idade e isso amplia muito a qualidade de vida da criança.
A dificuldade se estabelece porque o Autismo é uma disfunção global no desenvolvimento, afetando as áreas de comunicação e de socialização.
Uma criança autista por exemplo, pode não se comunicar verbalmente, porém, ter suas áreas de aprendizagem e intelectualidade preservadas. Há outras que terão a fala desenvolvida, mas terão padrões de repetição, comportamentos rígidos e restritos.
É sabido que muitos na sua vida adulta conseguirão se desenvolver e ter carreiras e vida social desenvolvida, outros não.
Mas todo esse papo nada tem haver com o seu dia de conscientização, até porque quando uma família recebe o diagnóstico que uma criança tem Autismo certamente essa família vai buscar todas as referências de como agir e estimular esta criança.
O dia de conscientização se dá muito mais para quem está fora dessa realidade e simplesmente julga, não entende.
Há muitos mitos criados acerca do Autismo, quem nunca ouviu dizer que crianças autistas "vivem em um universo só deles"? Ou ainda que "eles não possuem sentimentos"?
Mas quem convive com crianças e/ou adultos com autismo sabe que eles são sim pessoas amorosas, porém, muitas vezes tem sua própria forma de demonstrar esse sentimento.
Crianças com autismo também possuem desejo de brincar, de se divertir, porém, por vezes tem de ser mais encorajadas que as outras crianças.
Muitas vezes são extremamente inteligentes e observadores.
O que devemos ter em mente sempre é que independente da criança, o AMOR é sempre uma excelente ferramenta. Independente se ela tem autismo ou não, o amor quebrará qualquer barreira e a ligará com essa criança.
O amor somado a conhecimento certamente fará essa criança se desenvolver. Se desenvolver no seu tempo, no seu ritmo..

Por ser psicóloga conheço alguns pais de crianças autistas e suas lutas. Acompanho sem muita proximidade, mas mesmo de longe percebo algumas coisas importantes:

Todos esses pais têm profundo amor e respeito por suas crianças;
Todos esses pais querem o melhor para seus filhos;
Todos esses pais têm dias difíceis, dias de frustrações;
Todos esses pais vibram com pequenos desenvolvimento de seus filhos;
Todos esses pais não trocariam seus filhos por nada nesse mundo;
Todos esses pais gostariam que a sociedade não tivessem pena de seus filhos e sim respeito;
Todos esses pais acham suas crianças mais lindas e fofas desse mundo.

E aí difere muito de você pai e mãe que tem uma criança "normal"? Claro que não, todos nós desejamos isso para nossos filhos. Amor, respeito e felicidade.
Portanto não sinta pena, não julgue, não aponte o dedo. RESPEITE, ACOLHA , COLABORE!


Que essa luta não seja lembrada apenas nesse dia...